QUEM SOMOS
A Turimenha oferece a perfeita harmonia entre o Homem e a Natureza..
Casas de turismo rural maravilhosas para desfrutar do melhor do Alentejo em ambiente rural.
Em pleno Norte Alentejano no coração do Parque Natural de S. Mamede, no centro triângulo turístico Marvão (5kms) Portalegre (14kms) Castelo de Vide (7kms) a apenas 10kms da fronteira Espanhola.
Em espaço rural genuíno, temos 4 apartamentos T2 que foram concebidos com todas as comodidades imprescindíveis aos nossos dias, com a possibilidade de poder desfrutar das sensações e sabores mais genuinamente alentejanos.
Todos os apartamentos estão decorados com o mais puro estilo alentejano, possuem dois quartos, WC completo com coluna de massagem e sala c/ kitchenette totalmente equipada para preparar, se desejar as suas refeições.
Tem ainda ao seu dispor sala de jogos e sala de reuniões ou amostras gastronómicas.
A 1 km tem o campo de golfe da Ammaia, a 1,5Kms o complexo aquático desportivo da Portagem com piscina e campo de ténis, a 500 metros a ruínas Romanas de Ammaia.
TURIMENHA UM GENUINO TINTO DO POTE
Em S.Salvador de Aramenha concelho de Marvão, em pleno coração do Parque Natural da Serra de S. Mamede, paredes meias com a cidade romana da AMMAIA, um “carola” de nome Carlos Sequeira honra as tradições da família, mantendo em actividade uma adega com mais de 50 anos, formada pelos ancestrais potes de barro ou talhas, onde colheita a colheita produz, com a paixão e o carinho que só um amador pode ter, o néctar báquico do milenar vinho do pote. Adega na cave da habitação onde viveu e cresceu desde o primeiro ano de vida, aí se encontram potes oriundos do artesão João Martins Centeno de Campo Maior, datados os mais antigos da década de 40, legados pelo avô paterno, e da década de 50 adquiridos pelo pai, Manuel Carlos fundador da adega em 1957. Com capacidades que oscilam entre os 200 e os 900 litros cada, totaliza a adega uma capacidade de fermentação a rondar os 8.000 litros. Esta técnica de fabrico presente em toda a raia alentejana, sendo certo que amplamente utilizada pelos romanos, pode já ter sido usada pelos fenícios e gregos alguns anos antes de Cristo. Especialmente preparados para o fabrico do vinho através de um revestimento interno feito com pez e cera de abelha, curiosamente os mesmos ingredientes que actualmente as damas usam para a depilação e “polimento”) a que se chama pesga, e que vai controlar a porosidade da vasilha, aumentar a sua robustez e conferir um toque “sui generis” ao sabor do vinho. Esta operação não necessita de ser feita muitas vezes havendo vasilhas que passam sem ser “pesgadas” durante 30 anos ou mais, após a pesga inicial sempre obrigatória. Os potes, pela sua matéria prima – o barro, e pela sua forma ovóide – uma boca de superficie reduzida em relação ao total da sua capacidade – proporcionam à fermentação do vinho duas condições essenciais, o controle de temperatura, e a oxigenação reduzida. Raramente um tinto em fermentação nos potes de barro, ultrapassa os 25º – 26º, temperaturas chaves para o processo ser bem sucedido. Apesar destas vantagens têm sido abandonados e substituidas por modernas vasilhas de inox, com processos e técnicas de fabrico menos trabalhosas. No pote todo o trabalho tem que ser manual desde a agitação das massas e imersão da “manta” pelo menos 2 x dia durante os 10 a 14 dias de fermentação até ao retirar das massas e lavagem do pote após a desfega – abertura e esgotamento do vinho.
Assim este médico do trabalho de profissão, a viver há cerca de 30 anos em Santarém no Ribatejo, corre para Marvão sempre que tem algum tempo disponível, ou as actividades da vinha ou da adega dele necessitam, pois não delega em ninguém as tarefas mais cuidadosas, como as curas da vinha, as análises, as desfegas transfegas e engarrafamentos. Ajudado “cientificamente” por dois grandes amigos, na vinha o engº José Luís Marmelo e na adega o enólogo Rafael Neuparth, um Ribatejano já rendido e actualmente um entusiasta deste tipo de fabrico. São estes tintos muito especiais: pela sua precocidade, ao fim de 6 semanas já se prova vinho novo sem problemas, pelo seu poder digestivo, que atribuo ao facto de terem um pH normalmente baixo para tintos (3,4 a 3,5) facilitando a digestão de repastos pesados e gordurosos da gastronomia alentejana e mediterrânica como as migas, açordas, enchidos, pèzinhos, molhinhos, queijinhos e outros miminhos. Devem ser consumidos jovens, na minha opinião a sua pujança raramente ultrapassa os cinco anos. Com estas “teorias” vou conseguindo convencer alguns amigos ribatejanos que já não dispensam o vinho do pote nas suas petiscadas e festins, para além de todo o alentejano que a ele habituado o distingue só pelo cheiro e não se importa de dar mais alguns cêntimos por um copo deste néctar com séculos de história e muitas “estórias”. Com predominância do Touriga Nacional (único engarrafado em monocasta a pedido de alguns “pacientes”) todo o “medicamento” final resulta da conjugação desta, com o Cabernet Sauvignon, o Alicante bouchet, o Aragonez e a Trincadeira, numa fórmula variável de ano para ano conforme as “maleitas”. Podemos pois esperar que este verdadeiro remédio para o físico e para a alma (quando tomado como tal “à colher e não pelo frasco”) desinfete, desinflame, cicatrize e não irrite, ilumine a nossa consciência, abra o nosso coração e nos dê temperança!
Na Turimenha, turismo rural em que a adega está inserida, há sempre um copo disponível para qualquer turista ou mero visitante se municiar e abalançar a passar revista às tropas, podendo no final fazer as promoções ou dar as ripadas, ao sabor das papilas gustativas. Com a minha esposa Madalena dona da casa, provadora e critica residente, cá os esperamos.
Carlos Sequeira – Médico do Trabalho – Produtor do Turimenha